sábado, abril 30, 2011

Escrevendo vinho e bebendo versos





Eles vivem como querem.
Guardaram o diploma. Fizeram as malas.
Ela virou fotógrafa, ele toca em barzinhos.
Dane-se o mundo, a conta bancária e as roupas socias. Dane-se o casarão dos sonhos, o carro do ano e o status.
Já nem sabem ao certo em quantos lugares já moraram ou quantas vezes tiveram que se virar com mímica.
Ônibus, metrô ou bicicleta. Pensões ou hotéis baratos.
Não importa.
Eles já deitaram sobre a neve e desenharam anjos, mas também já queimaram no sol enquanto corriam pela praia.
Já andaram em gondôlas e em bondinhos.
parlaro italiano. Arriscaram um Bon voyage.
Já pularam de asa-delta, fizeram trilha e subiram morros.
Pegaram carona com estranhos. Dormiram de favor. Já quase foram deportados.
Nem tudo que fizeram foi sensato ou inteligente. Tiveram problemas, coisas deram errado.
Mas riram da situação e seguiram em frente.
O cartão postal é sagrado. Cada vez um novo lugar.
As famílias já desistiram de perguntar onde é que eles estarão amanhã.
Como se eles soubessem.
É só o tédio bater, a grana sobrar e lá vão eles de novo.
Recomeço.
Quanto tempo isso vai durar? Eles não fazem ideia.
Mas, quer saber?
O amanhã está longe demais para ser preocupante.





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