quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Ponto Crítico




Lá estava ela, a vida real, espreitando seus recém feitos 17 anos, como quem diz:
"Vamos lá garota, é hora do show"
E a garota entendeu, era hora de agir, não era mais uma menininha. Tinha que fazer acontecer. Restava-lhe pouco tempo até que as cortinas se abrissem. Ela teria que estar preparada, tinha uma entrada triunfal a fazer e o resto da apresentação para conduzir; naquela peça, cada um era seu próprio diretor e ninguém sabia com quem estava prestes a atuar.
Mas, por enquanto, o palco era só dela. Inúmeras decisões a tomar. Quanto tempo teria para mostrar seu potencial? Quem seriam os personagens principais ou ainda, qual personagem ela seria?
Ela fazia parte de um grande improviso. E isso lhe causava receio, excitação. Afinal, ela nem ao menos tinha o script, não tinha ideia dos diálogos que travaria. Ela e os espectadores, pensou. Ela contra o mundo. Não tinha ideia de quantas seriam as cenas e atos dos quais faria parte.
Quanto até o Gran Finale?
Ela sentia os olhos ansiosos por trás das cortinas, os ouvidos atentos. Sua respiração estava entrecortada.
Ouviu seu nome ser chamado, aplausos eufóricos encheram o local. Lentamente, a cortina se abriu. Ela estava em foco. Ergueu a cabeça com um único pensamento em mente:
"E que comece o show!"




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